Quantas lagrimas ainda tem de rolar para que eu seque?
Sou feito de água, muitas coisas diluem-se em mim. Aqui eis o poeta, lírico e gentil. Aqui eis o terrorista, cruel e mordaz. Aqui eis o amante, doce e carismático. Aqui eis o amado, obediente e prestativo. Aqui eis o líder, capaz e forte. Aqui eis o concelheiro. O jardineiro. O lixeiro. O caçador. O canibal. O anjo... Todos diluídos em água salgada, esta que sou feito e que vive me escorrendo pelos olhos.
Eu sou um conjunto de tudo feito de nada. Sou um espelho gentil, mostro oque querem ver, arrumo pequenas falhas aparentes e mostro sorrisos a quem os queira e lagrimas a quem as compreenda. Sou oque querem de mim. Sou apenas reação. Sou oque você conquistar, não queira mais.
Desisti de tentar ser por mim, não consigo. Espelho não tem sua própria imagem, apenas reflete oque lhe é mostrado. Espelho não cresce, quebra. Espelho não olha, é sempre observado. Espelho não cria, mostra. Espelho não age, reage. Espelho não foge, por mais horrenda que seja a imagem a ele mostrado, este cumpre seu dever, reflete.
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