Por que Lírios?

Bem, não sou escritor e não acredito que escreva bem, mas algumas vezes as palavras me vem, eu gosto, deixo fluir... E naturalmente, como água, elas inundam as paginas, as vezes com flores, as vezes com fogo. Ao meu ver sempre com delírios.

Me pediram para compartilhar meus delírios. Pois bem, ai vai aos interessados.

Já adianto a todos os que pretendem se aventurar junto as minhas letras, oque estiver escrito, foi, sem duvida, escrito por algum motivo mas não necessariamente para alguém, não necessariamente por alguém, pois como eu disse, apenas flui. Então, não pense que foi escrito para você, não pense que a culpa foi sua, leia, apenas leia, da mesma forma que se admira flores, observe, goste ou não, mas não se pergunte por que ela esta ali, porque possui estas cores e não outras, não pergunte quem as plantou ou quem as colherá.
Outra observação, os textos que irei postar não possuem nenhuma cronologia... então... não pense também que é um quebra-cabeças, pois, se fosse, estaria faltando diversas peças.

Então, a terra já esta arada, é hora dos lírios.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Dualidade Onda-Partícula

Primeiro eu canto, depois eu explico.

Hora me vejo brando, adaptável, sutil e ondulante e fico a pensar, como seria se eu tivesse feito ou deixado de fazer isto ou aquilo, choro lagrimas de tristeza, de arrependimento, de dor e de alegria, sinto amor, paixão, carinho e cuidado. Me sinto querido, necessário, útil e fértil.

Outrora me vejo intenso, rígido, direto e linear e fico a pensar em tudo que fiz e deixei de fazer e nos lucros e horarias que não me foram atribuídos, choro lagrimas de rancor, de fúria e de magoas, sinto desprezo, apatia e asco. Me sinto usado, corroído e cansado.

E assim eu sigo, hora amante e hora tratante, hora herói e hora vilão, hora caça e hora caçador. Sou minha própria presa, meu próprio carrasco, meu próprio algoz. Sou o único mal real que há para mim. Sou o único que possui maestria em me ferir. Sou meu vilão e não consigo despertar o mártir que há em mim para derrotar-me.

É tão tênue a linha que separa os sentimentos que acabam sempre por se misturar e tornarem-se um turbilhão púrpura. A dor precede o alívio e retorna quando ele cessa. O amor se apresenta lado a lado ao sofrimento, a alegria e ao pranto. O ódio e a inveja se mostram junto da admiração.

E assim segue este monstro que sou obrigado a chamar de Eu, andando em círculos, sendo usado e usando, me equilibrando entre crepúsculos e amanheceres, dias e noites, horas e horas. Apenas suportando o tempo e aguardando o meu direito de descaçar, se é que o tenho.


*Na física, este termo é utilizado para explicar o comportamento do fóton, "partículas" que compõem a luz, que hora se comporta como onda, se propagando e ocupando diversos pontos no espaço simultaneamente e diminuindo a intensidade conforme o afastar da fonte, e hora como partícula, sempre em propagação intensa e linear.*

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